terça-feira, 18 de outubro de 2011

Papo Calcinha #3


Olá...como vão vcs meninas? Espero que bem...
Uma das coisas que mais gosto na vida, além de ser Veterinária, é escrever! Tenho um monte de textos prontos e vez ou outra publico um no meu Blog. 
Hoje resolvi dividir um deles com vcs. Espero que gostem e me contem o que acharam. Combinado?!

Borboletas no Estômago

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Hoje olhando no espelho, por um segundo, me senti mal. Não que minha roupa estava inadequada, ou que tinha um pneuzinho sobrando, nada disso! Parece que finalmente minha ficha caiu, e pude me dividir, enxergando melhor, deixando de me ocultar de quem eu "ERA".

Menina crédula, escapista, resignada, tolerante, cansavelmente alerta, reprimida. Mas mesmo assim FELIZ, eu vivia de amor, o amor que sentia me dava a força de que precisava para acordar todos os dias e procurar sempre surpreender, evoluir, me adequar! Meu desejo de conquista se exacerbava a medida que eu crescia.

Ai, mas quer saber?! Era tão boa aquela época, borboletas viviam povoando meu estômago. Constantemente! Lembro de tudo isso com serenidade, sem saudades, sem ressentimentos. Fui capaz de amar tanto, com tanta intensidade. Agradeço a Deus por TUDO.

Foi por esses caminhos tortos, mas felizes, que pude crescer de verdade, entendi enfim, que a força que tinha não provia apenas daquele velho amor, mas sim de todos os outros. Sou cercada de tanto amor, tanta proteção e no entanto não percebia. Meu tal desejo de conquista não apenas era exarcebado, como me consumia de uma maneira tão forte...perniciosamente! Nem é exagero dizer que de certa forma me anulava. 

Hoje então, no momento em que encarei a mim mesma nos olhos, vi lá no fundo que a mudança se fez. Me assustei, senti um frio na espinha indescritível. Nunca tinha passado por isso antes. Posso garantir, porém, que nem o brilho é o mesmo. Se cresci?! Não tenho segurança disso. Por outro lado, afirmo com convicção que aprendir a me amar. Continuo portando conflitos, dúvidas, medos mas agora não dependo exclusivamente do amor de ninguém para me reerguer. Reponho minhas energias sem me respaldar nos ombros do outro. O que é um enorme alívio!

Voltando as Borboletas, nunca me identifiquei em nada com elas, e também nunca entendi o motivo do fascínio de tantas pessoas sobre elas, mas hj pensando bem, acho que entendi. Todos irremediavelmente, acabamos por desenvolver-nos por metamorfose. Fortalecidos lançamos novos vôos e assim é o ciclo da vida, acredito eu.

Hoje mais do que nunca olhando para trás vejo com clareza que cada crise de choro, cada crise de riso, cada tentativa, cada erro, cada acerto, tudo...tudo mesmo, não somente valeu a pena como também foi imprevisível para a vida que levo. Fui muito feliz, contínua sendo e tenho certeza de que o futuro me reserva grandes surpresas não boas, mas ótimas.